Os Estados Unidos teve Martin Luther King, Malcolm X, Rosa Parks e tantos outros ativistas negros ...
E o Brasil teve, por exemplo, Abdias Nascimento, falecido ontem à noite aos 97 anos no Rio de Janeiro.
Noventa e Sete anos de luta a favor da igualdade, da não discriminação e da construção de um país multirracial. Poeta, autor, escritor, escultor, político e ator. Sim, ator ... e mais que isso, criador do Teatro Experimental do Negro na década de 1940. Teve uma longa carreira nos palcos e trabalhou entre outros com a grande dama do teatro brasileiro Ruth de Souza.
No ano de 1946 atuou como ator em Othelo ao lado de Cacilda Becker.
Criou também o Jornal Quilombo e foi um dos fundadores do Movimento Negro Unificado.
Durante a Ditadura Militar foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional e mesmo sem nunca ter sido afiliado ou integrar qualquer partido antiditadura, viveu exilado por 10 anos simplesmente por combater o racismo, pois isso era visto na época como um ato subversivo.
Foi um incansável pioneiro na luta pelos direitos dos negros no Brasil. Em 2010 foi um dos indicados para o Premio Nobel da Paz. Homem de fibra e determinação, com certeza deixara uma lacuna, mas Abdias Nascimento será sempre um exemplo de cidadania para a sociedade brasileira como um todo.
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